Total de visitas: 14372
- MENTAL & EMOCIONAL COACHING
- Cérebro e Emoções
- Neurofeedback
- Terapia Cognitiva Comportamental
- Psicanálise
- Neuropsicanálise
- O que são PSICOTERAPIAS?
- Transtornos Psíquicos mais comuns
- Cansaço Mental
- Nossos filhos estão preparados pra viver em Grupo?
- A difícil "arte" de conviver
- Ciúme é o pior dos monstros da relação?
- Violência contra a Criança
- Síndrome de Diógenes
- TDAH e Medicação
- TDAH e a família
- O que é Autismo? (Transtorno do Espectro Autista)
- Síndrome de Asperger
- Inteligência Emocional
- TEA -Quem ensina e quem aprende
- Obsidade / Cirurgia Bariátrica
- Distúrbios Mentais retratados em filmes
- Diagnóstico do Autismo - Avaliação Neurológica
- Depressão Pós Parto - DPP
- SPW - Obesidade de origem genética
- Ética na Instrumentação Cirúrgica
- INSTRUMENTAÇÃO CIRÚRGICA OPORTUNIDADE OU DESAFIO
- O que é Perfusionista?
- Transtorno de Humor e de Ansiedade
- Presente, futuro e psicanálise.
- Contato
Total de visitas: 14372
SPW - Obesidade de origem genética
SPW - Obesidade de origem genéticaSíndrome de Prader-Willi
A síndrome de Prader-Willi (SPW) é considerada a causa mais frequente de obesidade de origem genética, foi inicialmente descrita em 1956, e caracteriza-se por um distúrbio genético complexo que compromete o apetite, o crescimento, o metabolismo, a função cognitiva e o comportamento. Atualmente, estima-se uma prevalência de 1 a 10.000 até 1 a 22.000 (Lee PD et al, 2002).
Etiologia
Aproximadamente 75% dos portadores da SPW apresentam uma deleção intersticial, de novo, no braço longo do cromossomo 15, herdado do pai, na região 15q11-q13. Nos outros 25% dos casos, há ausência da informação genética paterna, devido à, principalmente, dissomia uniparental materna* (UPD), ou seja, a criança herdou ambos os cromossomos 15 da mãe; e em poucos casos ao defeito de imprinting genômico** (IG) durante a gametogênese. Há ainda relato de raros casos de outros mecanismos genéticos, como translocações na região 15q11-q13.
A ocorrência da SPW é esporádica, mas o pai pode herdar o cromossomo 15 materno com defeito de IG e passar este defeito para sua prole, nestes casos há 50% de risco de recorrência da SPW.
Características Clínicas
Clinicamente observam-se duas fases distintas, sendo a primeira nos primeiros 18 a 24 meses de vida, e a segunda após esta idade.
A primeira fase é evidente desde o nascimento, quando, apesar de uma gestação sem intercorrências, o bebê apresenta baixo peso ao nascer e, frequentemente, um baixo score de Apgar. Já nos primeiros dias de vida, observa-se hipotonia importante, com hipoatividade e choro fraco, baixa temperatura corporal e hipogonadismo. Devido à hipotonia grave, há dificuldade para sugar e deglutir, sendo frequente a necessidade de sonda nasogástrica para a alimentação adequada.
Ao final do primeiro ano de vida, observa-se melhora gradual da hipotonia, a criança fica mais alerta, e começa a conseguir comer sem a necessidade da sonda nasogástrica. Apesar da melhora clínica, inclusive com ganho de peso, mantém-se o atraso do DNPM.
A segunda fase ocorre entre dois e cinco de idade, quando fica evidente a constante sensação de fome e um interesse exagerado por comida, e a criança evolui com rápido ganho de peso, chegando à obesidade. Nesta época o atraso do DNPM fica mais evidente.
Associa-se ao quadro a baixa estatura e alterações hormonais com atraso no desenvolvimento sexual.
Os portadores da SPW evoluem com dificuldades de aprendizagem e de linguagem, com retardo mental leve a moderado, apresentam instabilidade emocional, distúrbios de sono e de comportamento e, uma característica marcante, é a diminuição da sensibilidade à dor, que pode permite lesões frequentes ou a dificuldade de cicatrização da ferida por manipulação da mesma ou trauma recorrente no mesmo local.
Características Físicas
Testa estreita
Olhos amendoados
Estrabismo
Redução da pigmentação cutânea, com pele mais clara do que o padrão familiar.
Tamanho reduzido de mãos, pés e genitais.
Boca pequena com o lábio superior fino e inclinado para baixo nos cantos da boca.
Diagnóstico
As características clínicas pouco específicas para a SPW nos primeiros meses de vida podem ser um desafio para diagnóstico, que provavelmente englobará a experiência de pediatras, endocrinologistas, neurologistas e geneticistas. Com a evolução para a segunda fase, quando há, especialmente, o ganho rápido de peso a suspeita clínica da síndrome é maior, mas somente o teste genético confirmará o diagnóstico da SPW.
Os testes de metilação do DNA conseguem detectar a deleção do cromossomo 15, assim como a UPD e IG, confirmando o diagnóstico da SPW em praticamente 100% das pessoas afetada com PWS.
A região do cromossomo 15 envolvida na SPW é a mesma região responsável pela Síndrome de Angelman (SA), mas na SA a região comprometida está no cromossomo 15 herdado da mãe. As diferenças das síndromes se devem a diferença na expressão gênica, o alelo paterno expressa os genes MKRN3, MAGEL2, NDN, SNURF-SNRPN, C15orf2 e PWRN1; e o alelo materno expressa os genes UBE3A, ATP10A. Ao realizar o exame genético será analisado o padrão de metilação do DNA nesta região do cromossomo 15 para determinar qual o mecanismo genético responsável pelo quadro clínico, em qual alelo, e a probabilidade de risco de recorrência da síndrome, sendo necessária a análise do DNA do paciente e de seus genitores.
Tratamento
Por se tratar de uma desordem genética, não há tratamento específico, porém quanto mais precoce o diagnóstico da SPW, em especial antes da manifestação da obesidade, melhores são os prognósticos em longo prazo para o indivíduo. Será possível a conscientização da família quanto a peculiaridades da síndrome, havendo uma melhora na qualidade de vida dos portadores da SPW.
O acompanhamento clínico do portador da SPW deverá ser realizado por uma equipe multidisciplinar, incluindo endocrinologista, oftalmologista, nutricionista e terapeutas especializados.